intervenção para o desenvolvimento na e da escola
Sinopse
Quando a inserção da criança ou do jovem na escola implica uma transformação da relação entre diferentes culturas: a cultura escolar (urbana, escrita, racional, assente em programas e em manuais, etc.), a cultura popular (rural, oral, afectiva, artesanal, assente na experiência quotidiana, etc.) e outras culturas (frequentemente na periferia das grandes cidades) que foram emergindo em oposição à cultura escolar, podem levar ao aparecimento de situações de conflito os quais estão na origem de fenómenos recentes de violência nas escolas, como o bullying.
Este conceito é percepcionado como um problema social, das escolas e das próprias políticas educativas que afecta em primeiro lugar as crianças, (interfere na sua saúde física e mental, influenciando o seu sucesso educativo), mas também os pais, professores e técnico operacionais, estendendo-se e alargando-se a todo o contexto.
Apresentação das tarefas propostas e respectivos objectivos
Estudo individual
- dos princípios básicos para a intervenção no conflito,
- do conceito de Bullying e suas implicações nas dinâmicas relacionais na escola e em contextos de trabalho.
Trabalho em grupo
- caracterização do conflito na Escola e do bullying;
- caracterização de uma das propostas de intervenção no conflito apresentadas na obra de E. Costa e P. Matos;
- análise de uma situação de conflito ou um caso de bullying concreto, à luz da proposta sugerida no ponto anterior, dando particular ênfase a um dos seguintes componentes: Família, Professores, Alunos, Pessoal não-Docente, Grupos de Pares.
- realce das diferentes intencionalidades dos actores envolvidos na intervenção da situação de conflito proposta;
- distinguir o discurso opiniático produzido em alguns media, (em particular, na Internet), da abordagem científica desta problemática.
Trabalhos realizados no âmbito do tema
Leite, C. (2003). Para uma escola curricularmente inteligente, Porto: Edições ASA.
Nóvoa, A. Formação de professores e a profissão docente. In: NÓVOA, A. (Coord.). Os professores e a sua formação. 2. ed. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1995a. p 15-34.
Perrenoud, P. (1993). Práticas Pedagógicas, Profissão Docente e Formação: Perspectivas sociológicas. Lisboa: IIE.
Schon, D., (1994). La practica reflexiva. Aceptar y aprender de la discrepancia. In Cuadernos de Pedagogía, 222.
Vasconcelos, T. M., (1997). Ao redor da Mesa Grande. A prática de Ana. Porto: Porto Editora.
Urra, J. (2007). O pequeno ditador. Da criança mimada ao adolescente agressivo (2ª ed.) Lisboa: A esfera dos livros, pp.325-336.
Wilson, A. (2000). Aprendizaje en la interacción, en Los procesos de enseñanza y aprendizaje en la experiencia de integración educativa. Dirección General de Investigación Educativa. Venezuela.
WEBgrafia
Dickinson, D. (2005). Tendencias positivas: Como hacer frente a las necesidades de un mundo cambiante. Recuperado em 16 de Maio de 2011, de: http://home.blarg.net/ bulding/trans/tendenciaspositivas.
Vedove, J.; Camargo, R.; (n.d.). A influência da empatia na relação tutor-aluno. Disponível em http://intersaberes.grupouninter.com.br/6/3.pdf
Reflexão sobre a pertinência científica e pedagógica do tema
Reflexão sobre a situação de conflito apresentada e o respectivo plano de intervenção
Face ao descrito e considerando a influência do papel do ambiente e das experiências de vida no desenvolvimento humano, nomeadamente nas relações interpessoais apresentada pela teoria da vinculação, poderemos dizer que a debilidade das ligações afectivas no âmbito da família, com figuras significativas, não preconizaram nesta jovem um “sentido de segurança” e de “protecção “que lhe permita a adaptação a novas realidades sociais, mediante a percepção de informações relevantes.
Através de temas, como por exemplo “Tolerância”, “Cooperação”, “Respeito pelo outro”, “Violência”, etc, o aluno poderá tomar consciência de questões como “O respeito para consigo próprio e o outro”, “Tipos/formas de conflitos”, “Encarar/contornar um conflito”, “Interesses diversificados perante o mesmo conflito”.
•O CONFLITO NA ESCOLA
•Estratégia(Coleman e Deuttsch)
•BULLYING
Intervenção
- Recursos para trabalhar com alunos
Fontes (básicas e complementares)
Batanaz Palomares,L.(1998). Organización escolar; bases científicas para el desarrollo de las instituciones educativas Córdova: Universidade de Córdova.
Bronfenbrenner, U. (1976).The Experimental Ecology of Education. In Education Researcher, Vol. 5, Nº 9, Outubro.
Bronfenbrenner, U.(1979).The Ecology of Human Development. Harvard University Press. Cambridge.
Costa, M. Emília, Matos P. Mena (2007). Abordagem Sistémica do Conflito. Lisboa: Universidade Aberta.
Leite, C. (2003). Para uma escola curricularmente inteligente, Porto: Edições ASA.
Nóvoa, A. Formação de professores e a profissão docente. In: NÓVOA, A. (Coord.). Os professores e a sua formação. 2. ed. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1995a. p 15-34.
Perrenoud, P. (1993). Práticas Pedagógicas, Profissão Docente e Formação: Perspectivas sociológicas. Lisboa: IIE.
Schon, D., (1994). La practica reflexiva. Aceptar y aprender de la discrepancia. In Cuadernos de Pedagogía, 222.
Vasconcelos, T. M., (1997). Ao redor da Mesa Grande. A prática de Ana. Porto: Porto Editora.
Urra, J. (2007). O pequeno ditador. Da criança mimada ao adolescente agressivo (2ª ed.) Lisboa: A esfera dos livros, pp.325-336.
Wilson, A. (2000). Aprendizaje en la interacción, en Los procesos de enseñanza y aprendizaje en la experiencia de integración educativa. Dirección General de Investigación Educativa. Venezuela.
WEBgrafia
Dickinson, D. (2005). Tendencias positivas: Como hacer frente a las necesidades de un mundo cambiante. Recuperado em 16 de Maio de 2011, de: http://home.blarg.net/ bulding/trans/tendenciaspositivas.
Vedove, J.; Camargo, R.; (n.d.). A influência da empatia na relação tutor-aluno. Disponível em http://intersaberes.grupouninter.com.br/6/3.pdf
Reflexão sobre a pertinência científica e pedagógica do tema
Reflexão sobre a situação de conflito apresentada e o respectivo plano de intervenção
Esta dificuldade de relacionamento interpessoal trouxe, como consequência, uma rejeição por parte dos pares e, simultaneamente, uma auto-exclusão, como processo defensivo.
Desta problemática afigura-se-nos tratar-se de um “Conflito de Interesses”, na linha do exposto por Johnson & Johnson (1995, como citado em Costa &Matos, 2007), quando ao referir a classificação dos possíveis conflitos na escola, caracteriza este como o conjunto de “acções de uma pessoa, maximizando os seus objectivos, interferem ou bloqueiam as acções de outro que também pretende atingir os seus fins” (p. 75).
Este conflito, assumindo uma dimensão negativa, aproximou-se perigosamente do limite da despoletação de uma escalada de violência, manifestada através de práticas de bullying.
Recorrendo ao modelo sistémico (capacidade de identificar as ligações de factos particulares como um todo), enunciado por Coleman e Deutsch(2001, como citado em Costa & Matos, 2007), ao apresentar cinco níveis de abordagem (Disciplina, Currículo, Pedagogia, Cultura Escolar e Comunidade) e tendo por conhecimento que acções isoladas por si só não bastam, acabámos por dar um maior ênfase ao papel dos professores.
Assim, de acordo com este modelo é possível criar um plano de intervenção, a implementar pelos professores, que dê resposta a uma situação de conflito com esta tipologia
Assim, de acordo com este modelo é possível criar um plano de intervenção, a implementar pelos professores, que dê resposta a uma situação de conflito com esta tipologia
Num primeiro momento (disciplina) será pertinente criar programas de mediação de pares com sujeitos devidamente certificados para o efeito e que exerçam supervisão de acompanhamento. Para o efeito, e tirando partido da estrutura já implementada, o serviço de tutoria com todos os seus recursos (humanos/materiais) assumem bastante pertinência.
Este serviço, através da acção dos seus docentes, tais como catapultar a motivação dos alunos, de forma a criar uma relação social activa entre os próprios e os alunos envolvidos, poderão auxiliar a criar outros hábitos ou mesmo comportamentos, ao procurar despertar outro tipo de atitudes consideradas mais positivas.
O tutor assume aqui um papel importante na ajuda eventual que pode fornecer, ensinando-os a tomar consciência das suas características pessoais respeitantes às suas atitudes e da forma como poderão reconverte-las.
Deverá ajudar o aluno a tomar consciência das características das suas atitudes, através de um processo auto-reflexivo, sobre o seu comportamento a estudar.
Esta ajuda consistirá em mostrar, aos alunos assinalados, a importância destes adoptarem uma posição mais conciliadora/positiva face ao outro, que os leve a uma constante procura de melhores hábitos de convivência e saber viver/conviver com o outro.
Para o efeito, é exigido um cenário de interacção entre os envolvidos. A interação gera comunicação, sendo que a mesma fomenta um espaço de mediações que favorecem todo o processo, evitando reacções contrárias, negativas, que poderão dificultar o processo.
Num segundo momento (Currículum), deverão ser postos à discussão temas a desenvolver preferencialmente, mas não só, na Área Disciplinar Não Curricular de Formação Cívica, que ilustrem de forma subliminar ou não, a situação problemática descrita, de forma a ajudar os alunos no final das unidades temáticas, aquando das suas auto-avaliações, a verem o outro como alguém que merece ser respeitado/compreendido, elegendo e fazendo aprovar, para tal, critérios mais justos nas suas formas de actuação.
Quanto à Pedagogia a implementar, o professor, deverá recorrer a dois momentos específicos: “Aprendizagem Cooperativa” e “Controvérsia”.
Wilson (2000) refere que através do conceito “aprendizagem na interacção”, (vulgo trabalho de grupo/equipa), se procura destacar a importância da relação entre iguais, conduzida pelo professor, com a intencionalidade de potenciar o desenvolvimento das aprendizagens escolares. A interacção entre os alunos pode ser um caminho para promover a aprendizagem significativa, a socialização e o desenvolvimento. Estas formas de aprendizagem definem-se como condutas interpessoais, que se desenvolvem a partir da realização de uma tarefa comum entre os alunos. Dickinson (2005) assinala que várias investigações efectuadas sobre a estratégia cooperativa concluem que, quando os alunos aprendem em pares ou pequenos grupos, se verifica uma maior interacção entre eles.
Quanto ao recurso à controvérsia, o docente poderá, por exemplo, através de simulações de pequenos julgamentos, à semelhança dos verificados em tribunal. com o auxilio de figurantes representativos, tais como Juiz, Réu, Advogado Defesa/Acusação, Secretários. Será mais uma estratégia em que os alunos se vêem confrontados com uma diversidade de opiniões, pensamentos, ideias, significados. Nesta envolvência, e através de uma síntese final das opiniões/decisões apresentadas pelos Secretários seleccionados, os alunos, de forma intrínseca, poderão confrontar/rever as suas próprias atitudes perante os factos apresentados, levando-os à reflexão, questionamento, procura de respostas e, provavelmente, mudanças nos procedimentos tidos no seu dia-a-dia.
Referindo-se às escolas aprendentes, Batanaz Palomares (1998) explicita que serão todas as que “ampliam continuamente a sua atitude para criar os resultados que desejam obter, que cultivam novos e divergentes padrões de pensamento, em que os seus membros aprendem continuamente em interactividade” (p. 498). Apontamos escolas que traçam perfis de mudanças, projectando o seu futuro, tendo para si um trajecto de melhorias continuadas, não ficando imobilizada no seu sucesso mas, pelo contrário, tentando sempre melhorar a sua acção.
Destes procedimentos, ocorrem processos de comunicação que envolvem professores e alunos e, através deles, “a comunidade na estruturação do ensino e na construção da aprendizagem” (Leite, 2003, p. 125). É, pois, no diálogo e na negociação que se constrói o saber (Bruner, 1986 como citado em Vasconcelos, 1997).
Entende-se, assim, que esta acepção de escola conjectura um conceito mais contemporâneo de profissionalidade. Reclama-se professores capazes de reflectirem sobre as suas práticas, de as questionar de forma crítica, pois a “reflexão sobre a prática é, em si mesma, um motor essencial de inovação” (Perrenoud, 1993, p. 186) ou seja, o “diálogo entre professores é fundamental para consolidar saberes emergentes da prática profissional” (Nóvoa, 1995, p. 26) e de, consequentemente, proporcionar a mudança. Isto é, serem professores “como investigadores” (Stenhouse, 1987, como citado em Leite, 2003, p. 100), como práticos reflexivos (Schõn, 1994), que lhes permite ter uma intervenção mais pertinente em contextos educativos. Professores que se envolvam activamente na construção da mudança, no seio da escola, adequando as suas iniciativas às exigências do contexto onde intervêm, que procuram soluções, com o objectivo de resolver as situações com que se debatem no quotidiano das suas salas de aula, recorrendo aos meios que podem dispor a favor do desenvolvimento dos alunos.
A formação assume, aqui, uma dimensão determinante para o sucesso de toda a intervenção.
Subentende-se, assim, quanto é primordial fazer um levantamento de necessidades formativas no que concerne à aquisição de competências para motivar e persuadir, organizar, mobilizar e institucionalizar a mudança, criando parceria com o Centro de Formação Contínua a qual a escola se encontra associada, de forma a obter respostas face às necessidades formativas emergentes.
Por fim, no que confere à Comunidade Alargada, é fundamental que as formações de processos colaborativos e de resolução construtiva de conflitos ultrapassem o limite físico da escola. Hoje, obrigatoriamente, as escolas, deverão ter as suas portas abertas à comunidade. Têm que definir estratégias inclusivas a diferentes níveis de participação. As instâncias que a rodeiam e o próprio espaço onde ela se insere assim o exigem. Estamos perante um ecossistema (Brofennbrener, 1976, 1979).
Para Redorta (2004), a tipologia de conflito é de tal importância que ele dedica toda uma obra a essa tarefa. Podemos sintetizar a sua tipologia, no quadro a seguir:
Para Moore (1998, p. 62), os conflitos podem ser classificados em estruturais, de valor, de relacionamento de interesse e quanto aos dados: